Tratamento/ Imunização

 

O tratamento do tétano é profilático, ou seja, é essencialmente baseado na prevenção e não na acção quando o organismo já está infectado, apesar de também existir tratamento para pessoas infectadas.

A toxina é utilizada para se criar um toxóide para a imunização, que consiste na produção de uma substância estruturalmente idêntica à toxina, mas sem o seu efeito tóxico. Em caso de infecção, onde já ocorreu o transporte da toxina para o SNC, o toxóide pode então ser injectado no espaço sub-aracnóideu e actuar sobre as toxinas.

Uma vez que esta substância se encontra dentro do organismo, o sistema imunitário produz anticorpos contra a molécula, e consequentemento contra a toxina, e células memória que sabem produzir esses anticorpos são geradas. Caso haja infecção futura a resposta imunitária é rápida, decisiva e eficaz. A vacinação universal e sistemática efectua-se em Portugal, desde 1962 e está contemplada no Plano Nacional de Vacinação.

Mesmo vacinados, a toxina é igualmente produzida nas feridas mas o seu mecanismo de acção não é iniciado.

Em casos de feridas pequenas, o toxóide só deve ser administrado se o paciente não tomou a vacina nos últimos 10 anos, ao passo que em feridas mais graves o toxóide só deve ser injectado caso o paciente não tenha sido vacinado nos últimos 5 anos.

Visto que a toxina é transportada através do sistema nervoso, análises feitas ao sangue de indivíduos com possível infecção não é eficaz do diagnóstico, já que a toxina raramente entra para a corrente sanguínea. Consequentemente, a injecção do toxóide com anticorpos para a toxina, no sangue, não assume relevância no tratamento da doença.

Uma vez infectados, não passa a existir imunidade para futuros ataques porque (1) a toxina é muito tóxica / muito potente e não existe em concentrações suficientes para desencadear um mecanismo imunitário e (2) a toxina liga-se ao tecido nervoso, não existindo interacção com o sistema imunitário.

Fármacos que promovem o relaxamento muscular também contribuem para a inibição da acção da toxina.

Indivíduos com SIDA não respondem a este tratamento profilático.

 

 

 

1ª dose

1º dia

2ª dose

30º dia

3ª dose

60º dia

4ª dose em diante

10 em 10 anos

 

Quadro I – Vacinação do tétano.